COOPERATIVISMO

Associados da Sicredi Sul SC realizam imersão na história do cooperativismo do Brasil

Do Centro Administrativo de Porto Alegre ao berço do cooperativismo, em Nova Petrópolis, eles conheceram a trajetória, os pioneiros e os projetos sociais do Sicredi

“Sozinho a gente pode até chegar primeiro, mas junto a gente vai muito mais longe”. A frase do associado Antônio Marcos Martins, de Jaguaruna, traduz a experiência vivida na Rota do Cooperativismo, visita organizada pela Sicredi Sul SC. Os membros, sorteados por participarem da assembleia digital, tiveram uma experiência imersiva ao cooperativismo na última terça-feira, 26, e quarta-feira, 27.

A experiência passou pelo Centro Administrativo do Sicredi, em Porto Alegre, local onde os associados aprenderam sobre a história e os números da instituição, além de conhecer iniciativas como a Fundação Sicredi, que fica sediada no local. “Contamos com ações e programas, implementados localmente pelas cooperativas, voltados a expandir nosso impacto positivo nas pessoas associadas e nas comunidades, e que nos auxiliam a cumprir dois princípios do cooperativismo, ‘interesse pela comunidade’ e ‘educação, formação e informação'”, ressaltou o superintendente, Romeu Balzan.

Aqui no Sul de Santa Catarina, a Sicredi Sul SC, que atende de Imbituba a Passo de Torres, também colhe frutos dessas iniciativas. “Todas elas refletem em um grande impacto nas comunidades, como é o caso do Fundo Social, que desde sua implantação em nossa cooperativa, em 2020, já beneficiou mais de 640 projetos que atendem ao interesse coletivo, com um investimento de mais de R$ 3,5 milhões”, reforçou o presidente da Sicredi Sul SC, Aloisio Westrup.

De Porto Alegre até Nova Petrópolis: uma imersão ao cooperativismo

A visita seguiu para Nova Petrópolis, o berço do cooperativismo no Brasil. Associado há 18 anos na cooperativa, Augusto Cordova ressaltou a importância dos conhecimentos que recebeu nessa imersão. “Foi um grande aprendizado, algo que vou levar para a vida toda. Vou espalhar para todos os meus grupos que é uma experiência única. A iniciativa integra cada vez mais o associado”, afirmou.

Para o presidente da Sicredi Sul SC, a iniciativa busca aproximar o associado do modelo cooperativo. “O maior concorrente do cooperativismo é o desconhecimento. Quanto mais proporcionarmos experiências que o aproximem da nossa história e da forma que atuamos, mais ele reconhece a sua importância na instituição, entende que também é dono e passa a multiplicar esse conhecimento para outras pessoas”, destacou.

No berço do cooperativismo, os participantes conheceram a trajetória do Padre Theodor Amstad, patrono do cooperativismo no Brasil. No local, eles passaram pelo Memorial Amstad e pela Casa Cooperativa, que ficam no prédio histórico da Caixa Rural. Inaugurado em 1953, o prédio foi a primeira sede própria da Sicredi Pioneira, e hoje se tornou um complexo histórico que é um símbolo preservado do pioneirismo de uma comunidade e da história de mais de 120 anos do cooperativismo de crédito na América Latina.

Foi nesse local que os visitantes mergulharam na história do cooperativismo de crédito no Brasil. “A gente aprendeu muito com a história do padre Amstad, vendo a dedicação dele com as pessoas, com a comunidade, essa empatia que ele criou com todos. Ele viu que todo mundo poderia ser feliz se estivesse unido”, destacou o associado Antônio Marcos.

Padre Theodor Amstad teve um papel importante na construção do cooperativismo no Brasil. Sempre comprometido com o desenvolvimento social e econômico das comunidades locais, que na época viviam basicamente da produção agrícola, ele criou a Bauernkasse, a Caixa de Economia e Empréstimos Amstad, na comunidade de Linha Imperial, em Nova Petrópolis, cidade que desde 2010 leva o título de Capital Nacional do Cooperativismo. A Bauernkasse seguiu o modelo “Raiffeisen“, surgido na Alemanha, em 1862, voltado aos agricultores que não tinham recursos para desenvolverem suas produções.

Após a visita ao complexo, os associados visitaram, também, uma das residências do padre Amstad, além da casa do primeiro gerente do Sicredi. A última parada foi na Praça das Flores, local que abriga um monumento em homenagem ao sistema econômico.