Colunistas

Inventário: Via judicial ou em cartório?

Giseli Cecconi

O inventário é um processo que ocorre após a morte de uma pessoa podendo ser judicial ou extrajudicial. É durante o inventário que ocorre o levantamento de todos os bens e dívidas que o falecido (a) deixou.  Seu objetivo é oficializar a transferência dos bens para os herdeiros.

O prazo de abertura do inventário é de 60 (sessenta) dias da data do óbito. O desatendimento do prazo poderá acarretará a imposição de multa por lei estadual conforme assegura a Súmula 542 do STF “Não é inconstitucional a multa instituída pelo estado-membro, como sanção pelo retardamento do início ou da ultimação do inventário.”

Para que ocorra o inventário extrajudicial que é realizado no cartório, é necessário que todos os herdeiros estejam de acordo com a partilha dos bens, não deve existir testamento e o herdeiros deverão ser maiores e capazes e ainda, deverão estar representados por advogados. Ao fim do processo, o tabelião lavrará a escritura pública com a partilha dos bens. Essa escritura pública, ao final, deverá ser levada a registro no cartório de registro de imóveis. Muitas pessoas acabam engavetando e tendo problemas lá na frente com atualização de valores, atualização de certidões entre outros. É primordial que, ao receber a escritura pública (inventári) das mãos do tabelião, vá direto ao cartório de registro de imóveis e faça a averbação/registro.

No judicial, ocorrerá se existir herdeiro menor de idade ou incapaz, se existir testamento e se os herdeiros não estarem de acordo com a partilha. Devido a disputa de patrimônio pelos familiares, a tendência é que o inventário judicial seja um processo mais longo.

Art. 610. Havendo testamento ou interessado incapaz, proceder-se-á ao inventário judicial.

– 1º Se todos forem capazes e concordes, o inventário e a partilha poderão ser feitos por escritura pública, a qual constituirá documento hábil para qualquer ato de registro, bem como para levantamento de importância depositada em instituições financeiras.

– 2 O tabelião somente lavrará a escritura pública se todas as partes interessadas estiverem assistidas por advogado ou por defensor público, cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial.

Art. 611. O processo de inventário e de partilha deve ser instaurado dentro de 2 (dois) meses, a contar da abertura da sucessão, ultimando-se nos 12 (doze) meses subsequentes, podendo o juiz prorrogar esses prazos, de ofício ou a requerimento de parte.

Os legitimados para a abertura do inventário, conforme art. 616 do Código de Processo Civil são:

Art. 616. Têm, contudo, legitimidade concorrente:

I – o cônjuge ou companheiro supérstite;

II – o herdeiro;

III – o legatário;

IV – o testamenteiro;

V – o cessionário do herdeiro ou do legatário;

VI – o credor do herdeiro, do legatário ou do autor da herança;

VII – o Ministério Público, havendo herdeiros incapazes;

VIII – a Fazenda Pública, quando tiver interesse;

IX – o administrador judicial da falência do herdeiro, do legatário, do autor da herança ou do cônjuge ou companheiro supérstite.

Fique atento ao prazo para a abertura do inventário. Em caso de dúvida, procure seu advogado de confiança.

Adicionar comentário

Click here to post a comment