A todo tempo vejo pessoas criticando as outras:
– Nossa, você viu a roupa dela? Deve ter custado uma fortuna! Eu não gasto isso em uma roupa.
– Tu não vais acreditar, cara, ele perdeu o gol embaixo da trave, só perdemos por causa dele!
É incrível como a intolerância cresce no mundo e está em todo lugar: no trabalho, em relacionamentos, na escola e até mesmo dentro de nossa própria casa. Juntamente com a intolerância, aparece outro mal que afoga a humanidade: falar da vida dos outros. Uma conversa só é “boa” quando se escolhe falar de alguém, e isso gera horas de conversa. Não haveria mal nenhum nisso, exceto porque a conversa só se torna realmente interessante quando se fala ‘MAL” de alguém. Nossa, como as pessoas têm prazer nisso! Posso notar isso em supermercados, filas de banco, shoppings e até mesmo depois de sair de suas respectivas igrejas. Quando se mistura intolerância com calúnia, então, aí a conversa fica ainda mais prazerosa.
Muitas vezes me pergunto o porquê disso, por que o ser humano é assim e sente prazer ao falar mal dos outros. Não estou aqui para me “pagar” de bom samaritano, eu me esforço todos os dias de minha vida para não julgar e caluniar as pessoas e, muitas vezes, ainda sou muito falho. Há algumas vezes que estou indo bem, até alguém vir e puxar assunto comigo falando mal de uma pessoa que já me fez mal e que eu não goste, aí fica difícil, mas logo depois me arrependo.
Isso acontece muito com colegas de trabalho, o que acaba causando intrigas no lugar onde todos ali estão pelo mesmo objetivo. Ganhar o pão de cada dia. Às vezes, acho que as pessoas fazem isso para se sentir melhor, para encobrir seus problemas. Se ele perdeu o gol embaixo da trave, estou tentando colocar a culpa em alguém, para me sentir melhor em relação a minha infelicidade.
Se a outra pessoa gasta muito em uma roupa, ela é criticada por outra que talvez não consiga comprar uma roupa cara, mas que se pudesse, comprava.
Eu pensei que seria fácil mudar esta “mania” de rebaixar outras pessoas para me sentir melhor, mas não foi e não está sendo. Porém, me sinto bem em ter percebido que isso é errado. Hoje, já aprendi a mudar de assunto ou só responder com um “Aham, aham”, “Hmmm” ou “Pois é”. Faço isso até a pessoa se tocar e ver que não quero acompanhá-la neste tipo de conversa, contudo, isso pode dar motivo para esta pessoa falar mal de mim depois, até já imagino a pessoa falando: “Fui falar com ele, ele nem me deu bola, bem antipático.”.
Por lidar bastante com esta área, sei que as páginas mais acessadas são as que criticam alguma coisa, um governo, um determinado produto ou até mesmo uma religião. Mas terminando este texto vejo que de certa forma estou criticando quem critica os outros, ciclo vicioso.
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