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Saca Rolhas: um utensílio indispensável

Douglas Andre Wurz

Para alguns, o saca-rolhas ainda hoje é um instrumento que intimida, que inibe uma relação com o vinho. Mas já foi muito pior, quando havia apenas um tipo, aquele com a espiral de metal em um suporte básico no qual é preciso de técnica e força para retirar a rolha sem quebrá-la. Atualmente, porém, a indústria facilitou e muito a vida dos enófilos, criando saca-rolhas modernos em que simplesmente não se faz esforço algum para abrir uma garrafa.

A infinidade de modelos é incrível. Baseados em princípios de mecânica simples, como alavancas, eles possuem inúmeros designs, mas a finalidade é sempre a mesma: ajudá-lo a liberar o líquido cuidadosamente guardado por aquele vedante de cortiça.

Atualmente, fala-se em seis tipos básicos: o tradicional, o de sommelier (dois estágios), o “borboleta”, o “coelho”, o de mesa, o elétrico, o de pinça e o de pressão. Apesar de teoricamente servirem para o mesmo fim, cada um pode servir para uma ocasião diferente.

A primeira patente de saca-rolhas foi registrada em 1795, na Inglaterra, pelo Reverendo Samuel Henshall. Esse primeiro registro, porém, foi seguido por muitos outros, na França, Estados Unidos, Alemanha e Canadá, por exemplo. Os modelos iniciais eram em forma de “T”, com uma espiral para ser introduzida na rolha e uma base de apoio a ser segurada para puxá-la. Mais tarde, já nos idos de 1850, surgiram os saca-rolhas de alavanca, que reduziram significativamente o esforço da extração da rolha.

Na minha opinião, o melhor modelo é de Sommelier, também conhecido como dois estágios. Este é o modelo que está nas mãos de todos os garçons e sommeliers nos restaurantes, daí o nome. Ele mantém basicamente o mesmo formato do tradicional, porém com a adição de um suporte que forma uma alavanca para facilitar a retirada da rolha. Antes, essa alavanca tinha apenas uma base de apoio, hoje, a maioria deles vêm com dois estágios. Basta inserir a espiral na rolha (sem atravessá-la), ajustar o suporte no gargalo e fazer força usando a base apoiada como alavanca. É o abridor mais confiável de todos.

Rolhas quebradas: o que fazer?

Às vezes uma rolha pode se quebrar quando está sendo retirada, e metade dela fica dentro da garrafa. Se o pedaço for relativamente grande, tente retirá-lo com o saca-rolhas. Pode-se inseri-lo novamente e refazer o processo de retirada, ou posicioná-lo a um ângulo de 45 graus e alavancar a rolha para fora.

Para um pedaço menor, contudo, é bem mais difícil inserir a hélice do saca-rolhas, o mais simples é empurrar a rolha para dentro da garrafa. Se empurrarmos a rolha para dentro do vinho e ela estiver intacta, podemos prende-la com um espeto comprido e derramar o vinho dentro de um decanter ou jarra. Outra alternativa é utilizar uma pinça salva rolhas para sacá-la de dentro da garrafa. Se a rolha se despedaçar podemos decantá-lo para garantir que os pedaços não caiam na taça.

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