Segurança

Segundo especialistas, o seguro carro usado aumentou 25% em 2021

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O Brasil nunca foi um país econômico na hora de comprar um carro, e nem para manter as despesas dele. Embora, desde o começo de 2020 e a chegada do Covid-19 nas nossas vidas, a situação parece ter se acentuado e, hoje em dia, é preciso pensar se verdadeiramente contamos com o orçamento necessário para fazer frente à quantidade de desembolsos que significa ser dono de um veículo.

Para entender o panorama, é importante identificar a causa, que parece estar na chamada “crise dos chips” que está afetando a produção de carros mundialmente. Trata-se de uma falta de estoque de chips semicondutores de eletricidade, a cada dia mais utilizados na fabricação -pelo fato de que atualmente os veículos têm muitos circuitos eletrônicos envolvidos no seu funcionamento-, paralisando, pelo menos no Brasil, companhias como GM, Toyota, VolksWagen e Hyundai.

Obviamente a falta de oferta fez com que o preço dos carros em estoque subisse consideravelmente, assim como o prazo de entrega do produto, que pode chegar até 3 meses desde o pagamento até a efetiva recepção do veículo emplacado. É claro que, desse jeito, o mercado de veículos usados também reagiu, com altas recordes nas vendas e registrando incrementos de mais de 20% nos preços.

Contudo, existe um fator que não está sendo analisado e que também foi influenciado pela escassez de semicondutores: com o aumento nos preços dos usados e seminovos, a maioria das empresas de cobertura para carros têm incrementado o valor das apólices.

Evidentemente, o valor de um seguro é formado por múltiplas variáveis que se combinam, mas neste caso o preço do carro é um fator fundamental, pois perante um possível roubo ou furto, a companhia terá de indenizar com uma soma de dinheiro ligada ao valor de mercado. Ao mesmo tempo, o custo das peças de reposição também são consideradas nos cálculos atuariais, e elas estão ficando mais caras pelo mesmo motivo.

Especialistas como Ricardo de Magalhães Souza, consultor técnico de seguros e coordenador do programa de pós-graduação em seguros da Universidade de Petrópolis (Ipetec), indicam que a alta nos valores dos seguros pode chegar até 25% se comparado com o ano passado. Analisa, por exemplo, o caso da cobertura para um Ford Fiesta modelo 2014. Em 2020 o custo da apólice era de R$1,2 mil, sendo que agora não existem opções no mercado menores a R$1,5 mil.

Magalhães explica que aspectos como estes já estão acendendo o alerta dos compradores, porque não é suficiente apenas contar com o dinheiro para pagar o carro (que é possível após anos de poupança, ou pela venda de outro carro, etc.), senão é importante contar com ingressos periódicos suficientes para cobrir as mensalidades do seguro, possíveis reparações, gastos de combustível, etc.

Na verdade, os valores estão por cima da capacidade de muitas pessoas. É só dar uma olhada no preço dos seguros dos 10 carros mais vendidos para perceber que todos eles estão bem por cima do atual salário mínimo estabelecido pelo governo. Circunstâncias como estas fazem com que 70% da frota brasileira circule sem cobertura pelas ruas e estradas do país.

 

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